Page 6 - (Re)bolar a História
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O próximo passo foi transformar as autobiografias e as letras de samba em
               um livro, que será exposto na Feira Cultural. Desenhamos e pintamos caricaturas,
               que se transformaram em ilustrações do no livro coletivo de todos os sextos anos de
               2025. Surgiram, desse modo, representações de instrumentos musicais, do rosto de
               Maria Esther e de outras pessoas ligadas a ela e ao projeto, como Madrinha Eunice
               e Aretha Duarte. A relação entre essas três mulheres é que elas são exemplos de
               pessoas que enfrentaram o machismo e o racismo, caminhando no sentido de que
               as mulheres atingem uma cidadania plena.
                       Eunice  e  Aretha  são  descendentes  de  africanos  e  Maria  Esther  teve
               ancestrais indígenas. Elas mudaram a história do Brasil e não são tão conhecidas.
               Queremos divulgar a história delas com nosso livro.
                       Aretha  Duarte  foi  a  primeira  mulher  negra  brasileira  a  escalar  o  Monte
               Everest, na Ásia. Madrinha Eunice foi a primeira mulher negra a criar uma escola de
               samba. Maria Esther, por sua vez, foi a primeira mulher a conseguir dançar o samba
               de bumbo com os negros, em Pirapora, pois era proibida a presença das mulheres,
               crianças e homens brancos nas rodas de samba.
                       O  samba  é  um  estilo  musical  de  cultura  africana  no  qual  nós cantamos e
               dançamos  conforme  o  ritmo  da  música.  Seus  instrumentos  podem  ser  o  bumbo,
               reco-reco,  cavaquinho,  entre  outros.  Trazido  pelos  africanos  e  sendo  uma  fonte
               histórica  imaterial,  o  samba  é  riquíssimo  e  faz  parte  da  cultura  brasileira.  Foi
               transmitido  de  geração  em  geração. As letras das músicas e as coreografias são
               ricos materiais para resgatar a ancestralidade de nossos antepassados.
                       Para nós, o samba não é apenas um estilo musical. É mais que isso. Pode
               libertar nossa alma e nosso corpo, como aconteceu com Maria Esther e Madrinha
               Eunice. Não é à toa que o samba tem origem africana, pois remete aos gritos de
               sofrimento  dos escravizados de nosso passado. Cantar e dançar era se “libertar”,
               por  alguns instantes, das amarras de um modo de vida injusto e cruel. Ao fim de
               cada  dia de muita labuta, os cativos reuniam-se e renovavam seus laços.   Isso é
               algo muito importante para entendermos o mundo atual e intervir nele de forma que
               todos atinjam a cidadania planetária. Somos cidadãos do mundo.
                       Então,  como  produto final, realizamos uma autobiografia ficcional, como se
               Esther  tivesse  escrito  o  texto  e  contasse  sobre  sua  jornada.  Mas,  antes  de
               chegarmos  nele,  passamos  por  várias  etapas.  Tivemos  que  escrever  três  textos,
               incluindo nossas anotações realizadas no estudo do meio e pesquisas da internet.
                       Agora,  apresentamos  a  vocês  o  nosso  livro  da feira cultural: uma série de
               autobiografias em homenagem a Maria Esther!




               Responsáveis pela produção e edição: Ademar Pozzer, Maria Elisa Mary
               Lourenço, Melina Oliveira e Shirley dos Santos
                                     os
               Estudantes dos 6  anos A, B, C e D de 2025




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