Page 71 - (Re)bolar a História
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Um pouco da minha história
Oi, prazer, meu nome é Maria Esther. Hoje, irei contar um pouco sobre
minha vida.
Nasci no dia 2 de maio de 1924 em Pirapora do Bom Jesus. Aos meus doze
anos, fugia de casa para ir às rodas de samba, pois me encantava com o batuque
do tambor e as pessoas dançando e cantando ao meu redor. Contudo, meu pai dizia
que eu era muito jovem para participar disso. Mesmo assim, sempre tentava dar um
jeito de fugir e colocar o corpo para balançar.
Enquanto estava em uma roda de samba, encontrei uma menina cantando e
dançando. Depois desse dia, viramos amigas e começamos a frequentar juntas as
apresentações de samba. O nome dela é Kátia. Brincávamos a todo momento e
isso deixava-me muito alegre e animada.
Aos 42 anos de idade, tive a oportunidade de ganhar o meu primeiro prêmio
de imperatriz do samba, fiquei muito feliz e grata por isso ter acontecido, porque na
minha realidade isso era um sonho difícil de realizar. Quando jovem, o machismo
atrapalhou-me a ser importante como sambista, pois os homens dominavam esse
estilo musical. Consegui mostrar para mim e para todos que sempre serei forte
para lutar por todas as mulheres.
Quando fui a São Paulo, eu conheci a Madrinha Eunice, o nome dela era
Deolinda Madre que ficou muito conhecida como Madrinha Eunice porque foi uma
sambista que batizou dezenas de crianças. A madrinha Eunice, entre o samba de
roda e o marido dela, preferiu escolher continuar a dançar.
A madrinha Eunice nasceu na cidade de Piracicaba, interior de São Paulo, e
viveu até os 87 anos de idade. Ainda jovem, quis se mudar para o centro de São
Paulo. Viveu no bairro da Liberdade até a sua morte. A prefeitura quis
homenageá-la com uma estátua, para sempre se lembrarem dela e do quanto ela foi
corajosa e valente. Foi Eunice que fundou uma das primeiras escolas de samba de
São Paulo, a escola de samba Lavapés.
Gosto de relembrar os momentos em que passei com ela. Quando nos
juntamos para irmos às sambas de rodas, nada foi capaz de nos impedir de buscar
nossos desejos. Foi assim que conseguimos preservar a cultura dos escravizados e
conquistar maior visibilidade às mulheres.
Agora, minha gente, meu texto está se encerrando, espero que tenha
gostado dos meus costumes sambistas, abraços e fui!!!
Matheus Salim, Stella,Giovanna e Victor
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