Page 27 - (Re)bolar a História
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A criadora do Samba Paulista
Eu sou Maria Esther, uma das criadoras do Samba Paulista, sou de
Pirapora do Bom Jesus, nasci em 1924. Eu morava em uma casa apertada com
uma porta e uma janela e tinha 5 casas uma do lado da outra.
O samba era minha paixão, eu pulava a janela escondido dos meus pais para ir
sambar mesmo sendo branca, o que na época era errado, pois só os negros podiam
sambar, mas eu sambava do mesmo jeito.
Eu participei da fundação de escolas de samba da capital, a Lavapés,
e ajudei na consolidação do samba na cidade, participei ativamente da fundação.
Dediquei minha vida à cultura popular. Criei o primeiro grupo de Samba de Bumbo
permanente, com João do Passo e Honorato Missé.
Eu me tornei famosa por minha dedicação ao samba e influência na cultura
local. Eu fui uma figura central na preservação e divulgação do Samba Paulista,
participando da cena cultural da região por décadas.
A relevância de Maria Esther para o samba em São Paulo ultrapassa a gestão
da Casa do Samba. Sua influência alcança o fortalecimento da cultura paulista e a
inspiração à cultura em todo o território nacional.
A minha antiga casa junto com outras 5 casas virou a Casa do Samba
Paulista, essa Casa do samba virou um museu que impulsionou a popularidade do
Samba Paulista. E abriu espaço para que novos artistas e inspirações se juntassem
à tradição, gerando um grupo de samba novo.
Eu sou parecida com Aretha Duarte e minha madrinha Dona Sinhá, pois nós
três fizemos grandes coisas. Nós todas lutamos e conseguimos coisas que
pareciam impossíveis como escalar o Everest, sambar sendo branca e ser
conhecida como dama da barra funda, tudo isso foram grandes conquistas para
nós. Assim nos tornamos pessoas bem sucedidas na nossa vida.
Artur Cleto Yolle, Felipe Rodrigues Le Roux, João Pedro Montresso Sada e Lucas
de Sousa Perrupato.
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