Page 45 - (Re)bolar a História
P. 45

Maria Esther: A  luta pelo samba

                       Eu, Maria Esther, amo o samba! Essa é minha paixão desde criança, todas

               as vezes que dormia, pensava nisso.
                         Durante minha vida sambei com vários ex escravizados, junto dos negros,

               tornei-me melhor. Também fui a primeira branca a participar da vida do samba com
               eles.  Tenho  ascendência  indígena,  então  não  era  totalmente  branca,  mas  era

               considerada.  Eu  colaborei  para  a  conservação  da  cultura  imaterial  dos
               ex-escravizados. Dei voz a eles, na minha vida sofri muito, mas o samba me fazia

               feliz.

                         Eu fiquei conhecida como uma mulher de personalidade forte e que defende a
               cultura popular brasileira. Em Pirapora, conheci Madrinha Eunice, ela, assim como

               eu,  adorava  o  samba,  viramos  muito  amigas.  Madrinha  Eunice  criou  a  primeira

               escola de samba de São Paulo, a Lavapés, em 1937.
                       Também  conheci  a  Aretha  Duarte  que  foi  a  primeira  mulher  negra

               latino-americana ao chegar no topo da maior montanha do planeta o Monte Everest,


                              Caio Maggieri, Rafael Galves, Rafael Gubert Furmankiewicz e  Rodrigo
                                                                                      Luerce Rheingantz






















                                                                                                       45
   40   41   42   43   44   45   46   47   48   49   50