Page 9 - Fios do tempo
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Entendeu toda a dor,
Viu toda a falta de amor
Que era realizada apenas por sua cor.
O chicote estalando a cada grito,
Um passado de luta sofrido.
Ao correr, sentiu um novo vento,
Não só a sombra do lamento,
Uma "solução" surgida com o tempo.
E, assim, iniciou-se o movimento.
Quilombo, espaço de muita compaixão
Que de forma nenhuma existe agressão.
As memórias do Centro Histórico, nunca se apagarão
Porque é preciso que reconheçam toda essa exploração
Ao voltar para o presente, sentiu uma enorme emoção
E decidiu expressá-las por meio de uma caneta e uma mão.
Escreveu uma carta, com palavras do fundo de seu coração
Que demonstram aos africanos sua enorme compaixão.
A pena dançou, deixando um rastro de luz,
Onde a dor se transforma na fé que conduz.
Não era só uma carta, era sentimento
Daqueles que vem do fundo do peito.
Recebem sua carta, a qual estava sem fim,
Eles liam, e era como se ouvissem: "Eu estou aqui."
Sem fim, pois quem a criou é um africano
Negro, pardo, ou originário, mas ser humano.
O racismo é um laço que a Casa Grande teceu
É o início de uma luta que nunca morreu
É uma marca nas peles que nunca desapareceu
É a exploração de um povo que nunca mereceu.
No fim, todo esse estrago está gravado
No futuro e no passado
Porque, no fim, tudo está interligado.
Mariana Fiorelli Barbosa (8º D)
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