Page 38 - Fios do tempo
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Nigaba (escravizada do século XVIII)


                       Olá, me chamo Nigaba e nasci na em 1715 na África. Minha mãe era uma
               costureira  maravilhosa  e  meu pai era um caçador.   Nasci com danças e religioẽs
               ancestrais  por  perto  e  sempre  gostei  dos  costumes  e  tradições  que  aprendia.
               Adorava saber de cada coisa que meus antepassados diziam.
                       Quando  eu  tinha  apenas treze anos, fui aprisionada por comerciantes, que
               estavam  ligados  ao  comando  do  rei  de  Portugal.  Um  navio  negreiro  me  trouxe,
               contra a minha vontade, a uma colônia dos portugueses, que ficava do outro lado do
               oceano  Atlântico.  Foi  uma  viagem  bastante  dolorosa.  Enfrentamos  diversas
               situações difíceis. Passamos fome, frio e tínhamos que lidar com a escuridão e falta
               de higiene dos porões.
                       Fui  enviada  a  um centro urbano chamado de Paraty, fui vendida para uma
               família portuguesa, que vivia em uma grande casa majestosa. Vivi nessa casa por
               bastante  tempo  e,  nela,  fiz  tarefas  exaustivas:  carregar  a  água  do  poço,  lavar
               roupas,  dobrar  roupas,  cozinhar  e  limpar  a  casa.  Não  havia  descanso.  Eu  era
               tratada como um objeto.
                       Essa foi a minha vida, cheia de desencantos.

                    João Pedro de Lima Pantarotti, Antonio Augusto A. Cavaliere, Fabiano Cristovão
                         Guimarães, João Victor de Freitas Gadducci e Guilherme Bergmann Cabral.













































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