Page 25 - Fios do tempo
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e eu passasse a ser a vida que ninguém vê. Fui forçada a deixar de lado minhas
tradições, parar de praticar os costumes que aprendi na infância, as histórias e
crenças que faziam parte da minha vida antes de ser escravizada. Quando estamos
na senzala, procuramos conversar sobre nossas raízes culturais. Falar sobre elas,
para que se conservem no tempo, é uma forma de resistência. Ficamos de mãos
dadas e compartilhamos elementos de nossa memória, resguardando nossa
ancestralidade.
Miguel Silvério Augusto e Victor Rodrigues Baeta
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