Page 119 - Fios do tempo
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Luiza Silva (quilombola atual)
Meu nome é Luiza Silva, tenho 80 anos.
Minha casa é lugar simples e humilde, porém muito aconchegante e familiar.
As casas, aqui no Quilombo do Campinho, não têm nenhum planejamento. São
construídas pelos próprios moradores, cada um adaptando e ampliando sua
moradia conforme a família cresce. Muitas vezes, acrescentamos novos cômodos
ou extensões sobre a estrutura original.
As fachadas das casas não são rebocadas, enquanto as paredes internas
são pintadas com cores vibrantes, muitas vezes em tons escuros. O chão, feito de
cimento, é coberto por “esteiras” de palha, espalhadas em alguns pontos. Essas
esteiras funcionavam inicialmente como camas improvisadas, mas com o tempo
passaram a servir como assentos para os moradores e visitantes.
A cozinha não é muito diferente do restante da casa em sua simplicidade.
Tem um fogão a lenha, que exala o aroma da comida caseira e aquece o espaço.
Uma mesa de madeira, simples e resistente, também existe, servindo de apoio para
as refeições e também para os momentos de conversa e convivência entre a
família.
Sou descendente de uma das fundadoras do Quilombo do Campinho, a
Maria Luiza, uma mulher forte, guerreira e muito sábia. Ela era uma importante griô.
Sua trajetória no quilombo nunca foi fácil, ela era uma mulher forte, guerreira e
batalhadora.
Beatriz Radonsky Dias, Dália Madi Rezende de Freitas,
Nathalia Rios Nunes e Rafaela Melissa Medeiro Agostini.
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